“Se Deus Vier que Venha Armado”, primeiro longa-metragem de Luis Dantas, estreia nos cinemas dia 12 de novembro
“Se Deus Vier que Venha Armado”, primeiro longa-metragem do paulistano Luis Dantas, estreia nos cinemas brasileiros no dia 12 de novembro. Diretor, produtor e corroteirista da ficção, ele – que é professor de cinema na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) – levou oito anos da concepção à distribuição da obra, que se passa na São Paulo de 2012, em meio a uma onda de ataques da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Veja o trailer: https://vimeo.com/140221226.
O filme é protagonizado por Vinicius de Oliveira, revelado em “Central do Brasil” (1998), de Walter Salles, e atualmente na TV com a série “Santo Forte”, exibida pelo canal a cabo AXN. Ele vive Damião, um presidiário de 23 anos, que ganha o benefício da saída temporária da cadeia por conta do Dia das Mães. Ele tem 72 horas de liberdade e vai visitar o irmão, Josué (Clyaton Mariano), um mecânico evangélico, que está prestes a se casar, mas também tem uma missão a cumprir para o crime organizado.
Ao mesmo tempo em que conhecemos Damião, somos apresentados a Jefferson (Leonardo Santiago), um soldado recém-chegado ao batalhão. Criado pela avó e sambista nas horas vagas, ele é escalado para a patrulha do sargento ‘linha dura’ Mauro (Giulio Lopes) pela periferia de São Paulo. Um “azar militar”, segundo os companheiros de farda.
Damião sai de casa para resolver sua pendência com chefões do presídio. No caminho, reencontra o carismático Palito (Ariclenes Barroso), um amigo de infância, que, apesar de sua deficiência física – é manco –, ele ensinou a ser goleiro. No campinho da comunidade, eles colocam a conversa em dia até que Palito o convida para conhecer sua turma de dança hip hop, que é coordenada por Cleo (Sara Antunes). Um triângulo amoroso está formado.
A patrulha do sargento Mauro é atacada e ele quer vingança. Um inocente é morto pela polícia e mais vingança está a caminho. Damião, Palito e Cleo vão para a praia, mas a viagem, embalada pelo rap e regada a bebidas e drogas, não vai acabar bem.
“Se Deus Vier que Venha Armado” tem produção executiva de Patrick Leblanc. A direção de fotografia é de Hélcio Alemão Nagamine, ABC, e a de arte, de Ana Rita Bueno. A jornalista Beatriz Carolina Gonçalves assina o roteiro junto com Luis Dantas. João Godoy é o técnico de som e Luiz Adelmo, o designer de som. O filme foi montado por Fernando Coster.
Além do rap se destacar na trilha sonora – o nome do filme vem do título de uma música do Pavilhão Nove e o ‘hino’ “Oitavo Anjo”, de Dexter (509-E), marca um momento de superação de Palito –, o longa também conta com a participação especial de músicos do movimento hip hop no elenco, como Hugo Brek, Sandrão RZO, Fernando Macário e Paula Preta.
FESTIVAIS E PRÊMIOS
“Se Deus Vier que Venha Armado” foi convidado para abrir o 23° Festival Iberoamericano CineCeará, em setembro de 2013, recebendo os prêmios de Melhor Diretor, Melhor Fotografia e Melhor Ator (Ariclenes Barroso). O longa também foi apresentado no FestAruanda 2013, em João Pessoa, vencendo nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Fotografia, além de ter uma Menção Especial para o ator Ariclenes Barroso.
Em 2008, ganhou o Prêmio de Desenvolvimento de Roteiro da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e em 2010, o Prêmio de Fomento ao Cinema Paulista, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura, com aportes da SABESP e MORLAN. O longa foi selecionado no Edital de Comercialização, SPCINE/FSA em 2015, com distribuição pela Pandora Filmes.
SOBRE O DIRETOR
Luis Dantas nasceu em São Paulo, em 1961, mas passou boa parte da infância nos Estados Unidos, onde seu pai, físico, fazia PhD em Estatística. De volta ao Brasil, na época do colégio, entrou para o grupo de teatro Pod Minoga e chegou a atuar em espetáculos de comédia de improviso. Se formou em economia pela USP, ao mesmo tempo em que frequentava diversos cursos de fotografia. Começou a trabalhar com fotojornalismo, foi da equipe da revista Veja por três anos e colaborou para diversas publicações do país.
Foi para Nova York fazer mestrado em direção e roteiro cinematográfico na Columbia University, sendo orientando do diretor Milos Forman (“Um Estranho no Ninho” e “O Povo Contra ´Larry Flint”, entre outros). No Brasil, fez doutorado na USP, onde está desde 2005. É Professor Doutor responsável pelas disciplinas de Administração e Produção Audiovisual no curso Superior do Audiovisual da ECA.
Nos Estados Unidos, produziu o longa-metragem “Washington Heights”, dirigido por Alfredo de Villa com os atores Manny Peres e Tomas Millian, no Brasil, “Jardim Europa”, de Mauro Baptista Vedia, que foi lançado em 2014. Para a TV Cultura produziu, corroteirizou e codirigiu o telefilme “A Performance”. Dantas dirigiu diversos curtas-metragens – como “Zuleika” e “Brincadeira de Criança” – que participaram de diferentes festivais e foram premiados
Entre seus novos projetos está o roteiro do longa-metragem “Meninas do Crime”, que aborda o mundo da violência e da carceragem femininas no Brasil e já ganhou prêmios do Fundo Setorial do Audiovisual e do IBERMEDIA em 2014. Luis está finalizando o documentário “Pelas Aguas do Pará”, que produziu e codirigiu, rodado no rio Amazonas como parte de um projeto internacional intitulado Rivers, com apoio da UNESCO, CILECT e AVID. O longa “Os Artistas”, que ele produziu, codirigiu e corroteirizou com Mauro Baptista Vedia foi selecionado para o teste de Audiência e terá exibições em Brasília em setembro e outubro de 2015.