ENTREVISTA- Diretora da Câmara de Comércio França-Brasil, Emmanuelle Boudier, fala sobre a Semana Francesa no Rio de Janeiro

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Do Portal Betioli, por Lucas Cássio

O Rio de Janeiro é sede da Semana Francesa. O evento anual, organizado pela Câmara de Comércio França Brasil – CCFB, conta com o apoio de várias empresas francesas nesta edição para divulgar a cultura do país, com destaque para a gastronomia. Conversamos com a Diretora da Câmara de Comércio França-Brasil do Rio de Janeiro, Emmanuelle Boudier, sobre o evento e expectativas da Semana Francesa 2015.

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A Semana Francesa está na sua quarta edição. Como surgiu a ideia de criar esse evento? Qual a sua expectativa?

Emmanuelle Boudier – A Semana Francesa está na sua quarta edição em São Paulo, mas somente na sua segunda edição no Rio. A edição de 2014 foi um teste que confirmou o interesse tanto do público como das empresas, e nos incentivou a organizar um evento maior em 2015. A Semana Francesa tem como objetivo principal dar visibilidade às empresas menores, que não têm muitas oportunidades de exposição. Também acreditamos que o fato de mostrar ao público brasileiro um pouco do “savoir faire” e do “savoir vivre” francês contribui para reforçar a simpatia e o interesse para o nosso país. E sabemos todos, que esse “capital simpatia” é muito importante na hora de fechar negócios.

Como surgiu essa união entre as empresas?

Emmanuelle Boudier – A Câmara de Comércio do Rio de Janeiro chamou todos os seus associados e fez o convite para a sugestão de ações, com a maior liberdade possível. O retorno foi muito bom: 28 empresas responderam, com 37 ações diferentes. Todos entenderam que, de forma conjunta, as ações teriam mais força em termos de divulgação.

Quais outras novidades para este ano?

Emmanuelle Boudier – Em 2015, além das ações espalhadas em todo Rio, a Semana Francesa tem seu QG na Aliança Francesa de Botafogo. Ter uma sede é importante para as empresas que não forçosamente têm um lugar para expor seu “savoir-faire”. Escolhemos a Aliança Francesa, que é um grande parceiro nosso de sempre e a casa de Botafogo, em razão de possuir uma infraestrutura propícia (galeria de exposição, auditório, midiateca). Além disso, é um lugar de fácil localização, que os cariocas conhecem bem.

Outra novidade é que o evento se diversificou para não focar exclusivamente em gastronomia e luxo (os tradicionais “pontos fortes” da França). A Semana Francesa propõe também sessões de aprendizagem do idioma, palestras, uma exposição de fotografia, cinema, teatro, entre outros.

Importante novidade de 2015 é ter escolhido as datas da Semana Francesa para encaixar com as do Festival Varilux de Cinema Francês (até o dia 17 de junho, com 16 filmes inéditos no Brasil – www.variluxcinefrances.com). Esse evento é o carro chefe da Semana. Acontece simultaneamente em 50 cidades do Brasil apresentando 16 filmes inéditos. No Rio, traz uma delegação artística prestigiosa que virá bater papo com o público após as sessões.

O evento tem como destaque a gastronomia francesa. Qual o seu principal diferencial? Quais os pratos não devemos deixar de provar?

Emmanuelle Boudier – A gastronomia segue muito presente no evento, mas de formas diversas. A novidade é a criação de eventos interativos, como os cursos de cozinha para os namorados, os cursos de pâtisserie para crianças, as degustações conjuntas de foie gras, azeites e vinhos. Os restaurantes que participam com cardápios especiais são todos interessantes e todos valem à parada. Para quem tiver tempo, aconselho provar todos os menus promovidos durante o evento!

Diversas áreas do conhecimento, como a culinária, a arte, o idioma, a beleza, a tecnologia, entre outros são destaques na Semana Francesa. Como você vê a integração ou mistura das culturas brasileira e francesa? O que cada um trouxe de bom para a outra cultura?

Emmanuelle Boudier – Um dos exemplos bem sucedidos da integração das culturas brasileira e francesa é precisamente a gastronomia. A maioria do chefs franceses presentes no Brasil integram produtos locais às receitas francesas. O chef premiado Roland Villard, entre outros, propõe um “Menu Villegagnon” cujo diferencial é essa integração. Da mesma forma, estou percebendo muita influência da França na gastronomia brasileira. Essas misturas são sempre positivas, pois incentivam muito a criatividade e a inovação, e não somente no setor gastronômico.

Qual o papel da Câmara de Comércio França-Brasil?

Emmanuelle Boudier – O papel principal da Câmara de Comércio França-Brasil é de estreitar os laços entre as empresas brasileiras e francesas para criar oportunidades de negócios e desenvolvimento de projetos em comum. Ela é uma plataforma de encontros por meio de eventos como palestras, seminários, almoços, entre outros, nos quais os profissionais trocam ideias e se relacionam. Os associados à Câmara são principalmente empresas francesas implantadas no Brasil, mas o número de empresas brasileiras de grande porte está crescendo – com empresas como Odebrecht, Amil – e o nosso objetivo é que cresça mais ainda, para fortalecer a bilateralidade.

A Câmara no Rio também tem parcerias com a FIRJAN e o SEBRAE, com o intuito de incentivar as trocas não somente no sentido França-Brasil, mas também no sentido Brasil-França.

Como é o acesso dos brasileiros a cultura francesa no país?

Emmanuelle Boudier – Acredito que a cultura francesa tem uma boa visibilidade no país por meio de todas as ações culturais desenvolvidas por entidades como a Aliança Francesa – que tem 40 filiais no Brasil –, o Consulado da França e o Instituto Francês, assim como alguns produtores culturais especializados na divulgação das artes do nosso país. Mas a cultura francesa tem uma imagem elitista aqui no Brasil. Quem pensa francês pensa “chic”, caro, reservado aos que podem viajar. Nossa cultura não é somente isso. É uma cultura misturada também, influenciada pelos inputs dos imigrantes no país. E é isso, ao meu ver, que faz a grande riqueza dela no presente e no futuro. Essa mistura é perceptível na cozinha, na moda, na música, no cinema. Acho fundamental democratizar o acesso à cultura francesa e esperamos que os eventos da Semana Francesa, por serem gratuitos ou com preços populares, contribuam para esse processo.

A Semana Francesa acontece até o dia 21 de junho.

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