ENTREVISTA – Chef Arthur Sauer define como “algo único” ter participado do reality Cozinha Sob Pressão

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Do Portal Betioli, por Lucas Cássio

Apaixonado por culinária desde criança, graças a estímulos de seus pais, aos 16 anos Arthur Sauer foi morar na Europa onde cursou o College Cardinal Mercier, na Bélgica, diplomando-se em Técnico em Hotelaria com ênfase em Gastronomia. Depois estudou no Institut Paul Bocuse, de Lyon, e passou pelo Parigi (SP), Cantaloup (SP) e Fasano al Mare (RJ), além de estagiar na casa de Daniel Boulud, em Nova York, e na estrelada Enoteca Pinchiorri, de Florença, na Itália.

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No começo desde ano, o Chef conquistou o prêmio do reality Cozinha Sob Pressão do SBT e às vésperas de fazer estágio no Hotel Cosmopolitan, nos EUA – parte do prêmio que recebeu como vencedor -, Arthur contou ao Portal Betioli sobre sua experiência como Chef, expectativas e desafios. Sobre a gastronomia brasileira Arthur conta que “o brasileiro não aceita mais comer qualquer coisa de qualquer jeito”.

Por que você decidiu entrar no mundo da gastronomia? 

Arthur Sauer – Sempre me encantei com o ato de servir as pessoas. Em casa, cozinhávamos todos juntos quando meus pais chegavam do trabalho. Minha mãe sempre teve uma criatividade muito grande, e eu adorava saborear cada dia um prato de um país ou região diferente. Acho que foi esse o maior incentivo que já tive para entrar na gastronomia.

Como foi para você a experiência de participar de um programa de TV? 

Arthur Sauer – Algo único. Não tenho como colocar em poucas palavras qual seria o sentimento. Fiquei confinado por 28 dias sem telefone, internet, TV ou contato com a família. Isso deu mais força, mais pressão, mais foco para chegar ao prêmio final. Saber que estava tudo bem lá fora enquanto eu estava fazendo meu trabalho lá dentro foi muito confortante… mas nada fácil.

Como foi o processo de seleção para participar do programa? 

Arthur Sauer – Fui convidado a participar da seleção dentre 200 profissionais. A seleção foi feita primeiro por uma ficha de inscrição, depois por uma prova prática e finalmente por um perfil, pelo qual nunca ficamos sabendo como fomos selecionados. O que ficou claro é que tínhamos perfis parecidos nos homens e nas mulheres, assim haveria um equilíbrio nas equipes.

 O que se leva de um programa como esse?

Arthur Sauer – A amizade de todos os participantes e organizadores foi um dos grandes prêmios que levei do programa. Claro que o dinheiro e o estágio em Las Vegas foram importantes, assim como a visibilidade que ganhei. Mas não é fácil se manter no topo ou na mídia. Afinal, quantos ex-big brothers temos por aí desamparados?

Como parte do prêmio você ganhou um estágio no Hotel Cosmopolitan, nos EUA (Las Vegas). Qual a expectativa para esse estágio?  

Arthur Sauer – Estou indo no dia 1º de junho. Estou muito animado e sem nenhuma ideia de como será. Estou preparado psicologicamente para trabalhar 16 horas por dia, sete dias por semana, dependo das ordens que receberei do Chef Scott Conant. Mas estou muito animado. A gastronomia nos EUA tem crescido muito por seu mercado turístico ser enorme. Vamos ver no que vai dar.

 Já sabe o que fazer com o prêmio de R$ 100 mil em barras de ouro? 

Arthur Sauer – Paguei algumas contas, comprei algumas coisas que queria, eu me diverti com ele. Acho que foi a melhor decisão que poderia tomar. Não era suficiente para investir em um restaurante novo, e não achei que seria necessário deixá-lo guardado no banco. Usei o dinheiro com respeito, mas para diversão e conforto.

Você passou por diversas casas famosas no Brasil e no exterior. O que você acha que isso acrescentou a sua formação como chef? 

Arthur Sauer – De cada restaurante que trabalhei tenho algumas lembranças boas e outras ruins. Acho que essa foi a melhor maneira de aproveitar todo o tempo que passei em cada um deles. Receitas, técnicas, ingredientes, tudo isso fica guardado em algum cantinho da minha cabeça, mas a experiência, o convívio, foram únicos em cada casa. Voltaria a trabalhar em todas elas, se tivesse oportunidade.

 Quais os maiores desafios dos profissionais que trabalham com gastronomia? Seria a “pressão” do chef de cozinha? 

Arthur Sauer – Acho que o grande desafio do cozinheiro ou chef de cozinha é não ter ego. Tem de saber a hora de limpar o esgoto, a pia, lavar pratos e também a hora de receber clientes, fatiar trufas caríssimas ou limpar filé mignon. Não adianta se formar em uma faculdade e começar a se chamar de chef. O título de chef é dado para um certo cargo. A profissão é cozinheiro mesmo.

 O homem tem vantagem na cozinha em relação à mulher? 

Arthur Sauer – Nenhuma. O homem tem uma vantagem física, enquanto a mulher tem a vantagem de ser mais delicada, detalhista. Ambos os requisitos são extremamente importantes em um profissional. Por isso que não existe vantagem alguma. E eu sou suspeito para falar. Tive três subchefes sensacionais na vida e as três foram mulheres.

Uma das suas principais características na cozinha é cozinhar rápido. Você acha que rapidez é essencial na cozinha ou isso pode atrapalhar? 

Arthur Sauer – Depende. Eu sempre penso três, quatro etapas na frente do que estou fazendo. Consigo me dar muito bem com a velocidade por isso. Mas cada um tem sua maneira, característica ou mania. Sinto que as vezes poderia ter mais paciência, mas cozinhar com velocidade me dá muito prazer.

Como ficou sua agenda depois de participar do programa de TV? Tem recebido muitos convites para trabalhos? 

Arthur Sauer – Estou com a agenda cheia até agosto. Isso porque irei passar o mês de junho inteiro em Las Vegas. Mas sempre consigo encaixar um dia ou outro na agenda. Falo que sempre topo tudo, todas as propostas. Acho que em todas as experiências que tenho pela frente, irei aprender alguma coisa.

 Como você vê a gastronomia nacional atualmente? 

Arthur Sauer – Está muito em alta. Percebo que o brasileiro não aceita mais comer “qualquer coisa de qualquer jeito”. Todos querem comer bem. O único problema que vejo é que tudo anda muito caro. Não sei quem culpar, mas fica difícil popularizar a alta gastronomia com os valores do jeito que estão.

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