Aberta ao público mineiro até o dia 22/06, a exposição “Kandinsky: Tudo Começa Num Ponto” já levou 775.905 pessoas ao CCBB de Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Os números se referem ao cômputo de 04/05. Em São Paulo, a mais completa exposição sobre o artista russo, considerado o pai do abstracionismo, abrirá no dia 08/07 e será encerrada em 28/09. É a primeira vez que uma exposição percorre os quatro centros culturais do Banco do Brasil, completando um período expositivo de quase um ano no país.

No branco | 1920 | Óleo sobre tela | Museu Estatal Russo | © Kandinsky, Wassily, / AUTVIS, Brasil, 2014.

O tempo de permanência das obras de Kandinsky no Brasil, praticamente um ano a partir da abertura nacional em Brasília (em novembro de 2014), é algo inusitado. “Normalmente os museus não costumam ceder suas preciosidades por períodos tão longos”, revela o diretor-geral da Exposição, Rodolfo de Athayde. “Isso é resultado da construção de um relacionamento de confiança entre o Museu Estatal Russo de São Petersburgo, o Centro Cultural Banco do Brasil e a Arte A Produções”, reforça.

A exposição reúne 156 obras e objetos, mostrando o trabalho de Kandinsky, seus contemporâneos e suas influências. Esse acervo diverso tem como base a coleção do Museu Estatal Russo de São Petersburgo, mas é enriquecido também por peças de mais sete museus da Rússia, além de obras procedentes de coleções particulares da Alemanha, Áustria, Inglaterra e França.

“Para a exposição, seguimos a biografia do artista até sua partida definitiva da Rússia, em 1922, e recorremos a suas memórias (“Degraus”), artigos e catálogos das exposições organizadas durante a vida do pintor, especialmente ‘O Cavaleiro Azul’ e o Salão de Izdebsky’”, explica Eugênia Petrova, diretora do Museu Estatal Russo de São Petesburgo e curadora da mostra. “Como isso nos ajuda a entender Kandinsky? A nosso ver, o contexto em meio ao qual Kandinsky se formava como artista plástico é um fator muito importante”, enfatiza ela.

“Entender esse gênio criativo implica também entender a sensibilidade que marca a arte desde o início do século XX. Esta exposição apresenta o prólogo dessa história determinante para a arte moderna e contemporânea: o modo em que se forjou a passagem para a abstração, os recursos a partir dos quais a figuração deixou de ser a única via possível para representar os estados mais vitais do ser humano e, finalmente, o novo caminho desbravado a partir dessa ruptura”, explica Athayde. O Kandinsky que os brasilienses e cariocas puderam apreciar, e que os mineiros estão conhecendo e o paulistas conhecerão em breve, foge, em muitos aspectos, da visão ocidental que se tem sobre o artista”.