Time Brasil atinge objetivos e a meta de ser top 3 nos Jogos Pan-Americanos Toronto 2015
O Time Brasil alcançou as principais metas propostas pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) para os Jogos Pan-americanos Toronto 2015. Encerradas as disputas, neste domingo, dia 26, o país alcançou o total de 141 medalhas (41 de ouro, 40 de prata e 60 de bronze), ficando em terceiro lugar no quadro de medalhas da competição, atrás apenas dos Estados Unidos (265) e dos anfitriões canadenses (217). Com uma delegação composta por 70% de estreantes em Jogos Pan-americanos, o saldo da participação brasileira é altamente positivo. Como planejado pelo COB, Toronto 2015 foi um ótimo teste e etapa preparatória para a competição multiesportiva mais importante da história olímpica do Brasil, os Jogos Rio 2016, com início marcado para daqui a pouco mais de um ano.
A colocação do Brasil no quadro de medalhas em Toronto 2015 comprova o crescimento sustentável do esporte olímpico brasileiro. Desde os Jogos Rio 2007, quando entrou no Top 3 depois de 40 anos, o Brasil não saiu mais do pódio no número total de medalhas da competição. Em Toronto, o país chegou à frente de Cuba, quarta colocada, no total de medalhas (141 a 97) e também no número de ouros (41 a 36), após 48 anos. Os Jogos Winnipeg 67, também no Canadá, foram os últimos em que Brasil havia conquistado mais ouros que Cuba. Com 141 medalhas em Toronto, o Brasil igualou o total de medalhas conquistadas na última edição dos Jogos, em Guadalajara 2011.
Dos 590 atletas brasileiros inscritos nos Jogos, recorde em Jogos Pan-americanos fora do Brasil, 442 disputaram medalhas e 304 chegaram ao pódio (52%). Nas 300 provas disputadas pelo Time Brasil, em 224 houve disputa de medalhas (75%). “O desempenho Time Brasil em Toronto foi mais uma etapa da contínua evolução do esporte olímpico brasileiro. Além de conquistarmos as metas traçadas, graças à parceria entre o COB, Confederações, Ministério do Esporte, Ministério da Defesa, Ministério da Ciência e Tecnologia e patrocinadores conseguimos aumentar o número de modalidades com condições de lutar por medalhas nos Jogos Rio 2016 e no futuro. As modalidades que pela primeira vez chegaram ao pódio ratificam e demonstram a eficiência desse trabalho”, disse o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.
A principal meta do COB para este ciclo olímpico é colocar o Brasil entre o Top 10 do quadro geral de medalhas dos Jogos Olímpicos Rio 2016, quase que dobrando o número de conquistas de Londres 2012 (17 medalhas). Nesse sentido, o Pan foi utilizado como etapa preparatória para a delegação, composta por vários estreantes. “Toronto 2015 foi um degrau muito importante e estratégico. O balanço geral dos Jogos Pan-americanos, com o Time Brasil consolidado no Top 3, está dentro do planejado no nosso mapa estratégico, olhando para o Top 10 dos Jogos Olímpicos”, explicou Bernard Rajzman, chefe da Missão Brasileira. “Alcançamos a nossa meta que era ser Top 3. Já sabíamos que Estados Unidos e Canadá ficariam à frente. O Canadá disputou os Jogos em casa, entrou em todas as modalidades e tinha que classificar seus atletas para o Rio 2016”, disse Bernard, lembrando que o Brasil não disputou o Pan visando à classificação para os Jogos do Rio, diferentemente de todas as outras delegações.
Por ser sede dos próximos Jogos Olímpicos, o Brasil tem vaga garantida na maioria das modalidades. Uma exceção foi o hóquei masculino. O Brasil precisava ficar entre os seis mais bem colocados da modalidade para garantir a vaga olímpica em 2016. Com boas atuações, os atletas brasileiros chegaram à quarta colocação do torneio e irão disputar os Jogos Olímpicos pela primeira vez.
“Esses Jogos Pan-americanos foram especiais para o Brasil por causa da realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Em função disso, não precisávamos nos classificar em todas as modalidades e trouxemos uma delegação mista. Tivemos atletas experientes, com muita bagagem, como os bicampeões olímpicos Robert Scheidt (vela), Jaqueline (vôlei), e vários campeões ou medalhistas olímpicos, como Arthur Zanetti (ginástica), Tiago Camilo (judô), Thiago Pereira (natação) e tantos outros. Também trouxemos treinadores de peso como José Roberto Guimarães (vôlei), Alexander Alexandrov e Marcos Goto (ginástica), Jesus Morlan (canoagem), Morten Souback (Dinamarca), Ruben Magnano (basquete), entre outros. Experiência nós tínhamos, mas trouxemos muita juventude, com 70% da delegação estreante em Jogos Pan-americanos. Enfim, uma delegação olhando para o futuro do esporte brasileiro, em função dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e Tóquio 2020. Queremos tornar e manter o Brasil uma potência olímpica”, completou Bernard.
Para alcançar a meta de ser Top 10 nos Jogos Rio 2016, o planejamento do COB indica a necessidade de conquista de medalhas em pelo menos 13 modalidades. Tradicionalmente o país conquista medalhas olímpicas em cerca de oito modalidades. Em Toronto, assim como nos primeiros anos deste ciclo olímpico, o Time Brasil apresentou novas possibilidades de conquistas olímpicas. “Hoje temos a certeza de que o atleta brasileiro conta com a melhor preparação possível e isso está se refletindo nos resultados que estamos obtendo ao longo do ciclo. Toronto confirmou uma série de atletas e modalidades em condições de brigar pelo pódio no Rio. Isso não é garantia de medalhas no Rio, mas indica que estamos no caminho certo”, disse o diretor executivo de esportes do COB, Marcus Vinicius Freire, lembrando a diferença entre Jogos Pan-americanos e Olímpicos. “No Pan temos 41 países contra 205 nos Jogos Olímpicos, incluindo várias potências olímpicas”, completou Marcus.
Como experiência para a Rio 2016, em Toronto o COB e as Confederações Brasileiras Olímpicas testaram pessoas e procedimentos. Muitos atletas experimentaram pela primeira vez o ambiente de uma Vila multiesportiva. “Demos a experiência para muitos atletas que nunca tinham vivido isso. Alguns já tinham disputado os mundiais de suas modalidades, mas nunca vivido em uma vila como essa e tido a experiência de conviver com atletas de várias modalidades, alguns muito famosos, o que pode desconcentrar os menos experientes. Essa experiência foi muito importante e é uma bagagem que nós levamos para o ano que vem no Rio”, disse Marcus Vinicius.
Além de utilizar a Vila principal e as cinco sub-vilas oficiais, o COB montou uma outra base na Universidade de York, com mais de 140 camas e local exclusivo de treinamento para várias modalidades. “York foi um quartel general brasileiro fora da vila muito elogiado pelos atletas e treinadores. Vamos repetir essa operação no Rio de Janeiro, na Escola de Educação Física do Exército”, disse Marcus Vinicius. “Nós aproveitamos o Pan para fazer algumas experiências para os Jogos do Rio. Primeiro foi o Espaço Time Brasil, ao lado da Villa. O objetivo é isolar um pouco os atletas na Vila, que tem que ser um local de descanso, recuperação e concentração de todos. Imaginem no Rio, quando todos os visitantes vão querer entrar na Vila. Essa foi uma lição positiva que nos foi passada pelos britânicos, que fizeram isso quatro anos atrás, e pelo nosso Conselho de Treinadores. É importante preservar os atletas e a delegação. Por isso montamos um espaço para que a família encontrasse os atletas, quando esses estivessem disponíveis. A experiência em Toronto foi muito boa”, explicou Marcus Vinicius.
Em Toronto, muitos atletas foram apresentados a serviços da Missão Brasileira que serão utilizados também na reta final de preparação para os Jogos do Rio, como exames em ciências do esporte. Foram oferecidos serviços nas seguintes áreas: Medicina Esportiva (31 profissionais); Vídeo análise (04 profissionais e mais de 527 horas de gravações); Bioquímica (02 profissionais e 2.612coletas de sangue e analise individualizada de 35.126 variáveis; Nutrição (03 profissionais) e Preparação Mental (07 profissionais).
O custo total da missão foi de R$ 10 milhões, recursos provenientes da Lei Agnelo/Piva, para despesas de logística e operação de toda a Missão e viagens precursoras. Foram montadas estruturas de apoio na Universidade York, George Brown College e nas cinco Sub-Vilas dos Jogos.
Confira os fatos marcantes do Time Brasil em Toronto:
– Basquete masculino: Campeão invicto, com boas apresentações coletivas da equipe brasileira.
– Canoagem Slalom: 5 medalhas (1 de ouro). Todos os atletas medalharam. 100% de aproveitamento.
– Canoagem Velocidade: 9 medalhas. Isaquias Queiroz – 3 medalhas, sendo 2 medalhas de ouro inéditas.
– Ciclismo pista: 2 bronzes; resultado inédito em Jogos.
– Ginastica artística: Medalha inédita de ouro de Arthur Zanetti.
– Handebol: Pentacampeonato feminino e título masculino.
– Hipismo CCE e adestramento: Evolução do resultado comparado a Guadalajara 2011.
– Hóquei sobre grama: Evolução e conquista da vaga inédita para Rio 2016.
– Judô: 13 medalhas em 14 possibilidades.
– Lutas associadas: Ouro inédito no feminino. Aumento no total de medalhas.
– Levantamento de peso: Melhoria no resultado e quebra de recorde pan-americano de Fernando Reis.
– Natação: Thiago Pereira, 23 medalhas na Natação – maior medalhista da história do Pan. Bom desempenho de jovens talentos, bom desempenho da equipe feminina e João de Lucca com o maior número de medalhas de ouro (3). Primeira medalha de ouro feminina para Etiene Medeiros.
– Patinação artística: 4 ouros consecutivos com Marcel Sturmer.
– Pentatlo Moderno: Ouro inédito para a modalidade com a medalhista olímpica Yane Marques.
– Polo Aquático: Manteve a quantidade final de medalhas e demonstrou evolução técnica.
– Rugby feminino: Medalha inédita – prata.
– Saltos ornamentais: As jovens Ingrid Oliveira e Giovanna Pedroso derrotaram a dupla mexicana, que possui resultados internacionais expressivos, e conquistaram a prata.
– Tênis de mesa: Pódio completo no individual masculino. Duas pratas e um bronze no feminino, após 16 anos sem conquistas.
– Tiro Esportivo: Conquistou mais medalhas de ouro (3) do quem Guadalajara 2011.
– Taekwondo: Melhoria no desempenho comparado com Guadalajara 2011.
– Tiro com arco: Melhoria no desempenho comparado com Guadalajara 2011.
– Modalidades pan-americanas: Karatê e boliche se destacaram nos Jogos.
– Projeto Vivência Olímpica: Dos 16 jovens atletas que foram a Londres, 8 vieram a Toronto e 7 conquistaram medalha.
Série de Títulos:
– Ginástica Rítmica – Pentacampeã.
– Handebol feminino – Pentacampeão.
– Revezamento 4×100 livre masculino (natação) – Pentacampeão.
– Marcel Sturmer (patinação artística) – Tetracampeão.
– Ricardo Winicki (vela) – Tetracampeão.
– Tiago Camilo (judô) – Tricampeão.
– Revezamento 4×100 masculino da natação – Pentacampeão.
– Equipe tênis de mesa masculina – 7 vezes campeã nas últimas 9 edições de Jogos.